Tuesday, February 08, 2005

Essa tal felicidade...

"O êxito consiste em aprender a ir de fracasso em fracasso sem cair no desespero".
(Winston Churchill)


Terminei de ler hoje “Depressão numa contextualização contemporânea”, que é a monografia do “anjo” Fernandinha Esteves, que se torna oficialmente psicóloga na próxima semana. Ela aborda uma questão muito interessante. Que no passado, de acordo com a teoria clássica da depressão, as pessoas ficavam deprimidas por conta das repressões ideológicas, religiosas e coisas do tipo. Já na sociedade atual, de acordo com a pesquisa dela, é pelo excesso de liberdade, uma vez que as pessoas ficam sem rumo diante de tantas possibilidades. E, como sempre, isso me fez pensar uma coisa: o que será que a gente precisa pra ser feliz?

A gente passa a vida toda idealizando mil coisas, fazendo mil planos. Esperando sempre que todas as coisas da nossa vida dêem certo. A gente quer sempre o melhor relacionamento do mundo, quer ter dinheiro pra tudo, quer fazer o que der na telha, quer ter o melhor emprego, enfim... passamos a vida condicionando nossa felicidade a questões exteriores, a coisa que nem sempre vão depender só da gente. Ou que às vezes dependem de um esforço que a gente não quer fazer. Queremos a felicidade, de preferência se ela puder ser entregue em domicílio, como se fosse uma pizza ou um remédio que compramos na farmácia.

Mas o que acontece quando a gente tem um bom emprego, vive em boas condições, tem amigos que amam a gente, uma família bem estruturada e muitas outras coisas boas acontecendo e mesmo assim se julga infeliz? Quem nunca passou por isso? É complicado. Eu queria conseguir entender porque uma coisa ruim tem sempre esse peso maior do que várias outras coisas boas. Por isso que eu acho que as pessoas (e me incluo nelas, me colocar de fora desse grupo seria uma hipocrisia e uma mentira sem tamanho) tem andado na contramão. Ao invés de buscar a felicidade, temos ido atrás de motivos para cultivarmos uma infelicidade inútil, que só “contamina” as pessoas que estão a nosso redor.

Falta às vezes a gente olhar um pouco mais pra dentro de nós mesmos. Olhamos tanto para os outros mas não olhamos pra gente, que é onde está nossa verdadeira felicidade. Ver nossas qualidades, trabalhar os nossos defeitos, explorar nossas virtudes. Isso é necessário. Falta mais aceitação do próprio ser. É uma coisa que parece simples, mas é difícil. Mas é um esforço necessário. Quem não é feliz consigo mesmo jamais fará alguém feliz. A felicidade é algo muito simples. Nós é que complicamos com nossas confusões. Coisas de humanos!

Para ler ao som de: Razão de Viver – Roupa Nova


Thursday, February 03, 2005

Um sorriso renovador...

Antes de mais nada, desculpem a demora pra atualizar. Mas eu me comprometi comigo mesmo que só ia postar quando batesse a inspiração, então por isso o longo tempo sem atualizar. Mas me permitam mudar um pouco o tom dos meus último posts...

Como muitos de vocês bem sabem, eu me tornei o mais novo titio da praça no último dia 21. Minha irmã finalmente teve o Nuno Graça Rocha, um molequinho que nasceu com 3,675kg e estava sendo muito esperado aqui nessa casa. Gente, que bebê gracioso é aquele! Ele tem feito a alegria de nossa família nesses dias.

Hoje eu tava me sentindo um pouco tenso quando cheguei em casa do trabalho, tomei um banho e fui lá no quarto com ele. Ele tava quietinho, cheguei com calma e fiquei fazendo carinho no peito dele. Foi quando ele, pra minha surpresa, abriu aquele sorriso enorme com aquela boca sem o menor vestígio de dentes. Cara, eu não sei dizer até agora o quanto aquilo me fez sentir bem. Depois eu continuei fazendo carinho e ele meio que afastou minha mão, como se dissesse pra mim: “Ta bom, já fiz você se sentir melhor agora deixa eu descansar em paz”.

Me peguei refletindo sobre o poder que tem o sorriso de uma criança. O quanto ele é capaz de fazer você esquecer dos seus problemas do mundo e te hipnotizar com uma felicidade sem tamanho. Se não com a felicidade, ele pelo menos ameniza bastante o sofrimento pelas coisas tristes e chatas que acontecem diariamente com a gente. Agora, por exemplo, são 23h44 e eu escuto o choro do Nuno. Deve estar aperriando minha irmã para querer mamar e depois me dar outro daqueles sorrisos que vão me fazer me sentir melhor.

Coincidência ou não, quando cheguei em casa e conectei no MSN, a Juliana veio falar comigo, me cobrou atualização desse espaço e o que eu vejo na janela dela? A foto do filho Luan, que deve ter uns seis anos (esqueci de perguntar!), com um belo de um sorriso estampado no rosto. Fiquei imaginando: caramba, se o sorriso do meu sobrinho já tem propriedades terapêuticas que até Freud duvidaria, eu imagino que felicidade que esse sorriso do Luan não deve trazer pra vida da Ju, principalmente naqueles momentos em que ela está mais pra baixo e ele chega logo mostrando felicidade. Coisas, realmente, divinas.

Isso aqui tá parecendo papo de tio coruja, e eu sou mesmo. Acho que sou um tio apaixonado, digamos assim. Só eu sei o quanto sentir qualquer sinal de vida dele, ouvir um choro, ver o sorriso me deixa renovado. Me fez pensar que se todos nós mantivéssemos dentro de nós a inocência que existe em um sorriso de uma criança, todos poderíamos ser muito mais felizes.

Grande abraço. Fiquem com Deus. E com o sorriso de uma criança, sempre renovador!