Saturday, October 08, 2005

Como vovó já me dizia...

Um dia desses, depois de um bom tempo sem ouvir nem lembrar dessa música, li a velha frase do mestre Raul: “quem não tem colírio usa óculos escuros”. Música muito legal, uma das mais marcantes do velho barbudo. Mas aí eu me pergunto uma coisa: será que o colírio é tão caro assim pra tanta gente querer viver sempre usando óculos escuros?

Uma coisa que eu sempre quis na minha vida, independente do momento pelo qual eu estava passando, foi aprender a não fugir dos problemas, mas sim enfrentá-los para assim conseguir a superação. Sempre tentei levar a vida de cabeça erguida, por isso eu me fudi tanto. Nunca fui de me afastar das coisas, sempre fui de encarar as coisas diretamente. Colocar óculos escuros para a vida nunca foi comigo. O olho poderia estar inchado, vermelho, o mais baqueado que fosse, mas sempre levei a vida sem nada que escondesse meu olhar. Sempre fui o mais transparente possível.

Infelizmente nem todo mundo é assim. Ou felizmente. Se não fossem as diferenças, não teria como se diferenciar as pessoas especiais daquelas totalmente “desprincipais”, como diria a minha queridíssima Loyana. O problema é que tamanha insalubridade dessas pessoas irrita. Sabe quando você quer comer aquele Big Tasty da McDonald´s, achando que vai ser o sanduíche mais gostoso da sua vida, e vem aquela coisa ruim, aquele pão duro, amanhecido, aquela batata “não-frita”...é mais ou menos por aí. Mas como disse sabiamente o meu grande brother de Insight e membro da tão “irritante” Equipe [peck, peck, peck], Beto Bellini, não é errado se decepcionar com as pessoas, não mesmo. Assim como a gente não pode esperar ver pêlo em ovo (apesar de muita gente adorar essa prática de “voyeurismo fantástico”, por assim dizer), assim como a gente não pode esperar que nasça melancia numa laranjeira, assim como a gente não pode pescar um tambaqui ou pirarucu em pleno Oceano Atlântico, não se pode esperar maturidade de pessoas que ainda não tem uma coisa muito importante para qualquer ser humano: poder de discernimento.

Mas voltando a falar do mestre Raul, voltando na mesma música, ela tem um verso fantástico: “Quem não tem visão bate a cara contra o muro”. Essa é a melhor parte da música!! Nada melhor que manter os olhos bem abertos.