Sunday, November 21, 2004

E daí se eu te amo?

Há muito tempo uma coisa incomoda a minha cabeça: saber dizer o “Eu te amo”. Vejo tanta gente falando isso, o tempo todo...e confesso que as vezes eu fico meio pensativo sobre a sinceridade destas palavras em certos momentos.
Lembro bem da primeira vez que eu disse “Eu te amo” pra alguém de verdade. Digo de verdade porque já tinha dito algumas vezes, mas sem refletir sobre o que essa frase significava de fato. A primeira vez foi em 06/03/2000. Lá se vão quase cinco anos.... Lembro bem que eu estava sentado na escada da casa da minha namorada na época... Tinha saído no dia anterior, sem ela, e senti uma falta danada da respectiva! Passei a noite pensando sobre tudo que eu sentia por ela, sobre como estava tudo tão perfeito no nosso namoro...e fui lá e disse pra ela que a amava. Não, eu não ouvi o tão famigerado “eu também”. Mas também não ouvi um “eu te amo também”. Ela se limitou a dizer: “você não tem idéia do quanto é bom ouvir isso”, e me olhou com aquele olhar que até hoje é difícil ver igual de tão lindo que era.
Confesso que na hora me senti um pouco frustrado. Mas hoje, tanto tempo depois, vejo o quanto foi bom que ela tenha sido sincera naquele momento. Queria eu que outras pessoas também tivessem agido assim em outros momentos, mas não é isso que eu vou discutir agora aqui. O fato é que hoje o “eu te amo” está banalizado. Hoje, em muitos casos, a pessoa conhece a outra num dia, em uma semana já adora, com duas já está amando, e, não muito raro, duas semanas depois já praticamente nem se falam. Isso é deveras complicado!
O que eu vejo, na maioria dos casos, é uma supervalorização das palavras. Vejo muita gente precisando dizer que ama, mas sem demonstrar isso de fato com atitudes. Sem mostrar preocupação sincera, sem estar do lado nas horas dos problemas... enfim, dizem eu te amo sem mostrar o amor.

O “eu te amo” não faz sentido só pelas palavras. Ele precisa ser vivido, sentido, respirado...e nem sempre falado. Ouvir é muito bom. Demonstrar, melhor ainda.